Recordar Joaquim Namorado

No dia 29 de dezembro de 2024, contam-se 38 anos que faleceu o poeta Joaquim Namorado. Para quem possa não estar familiarizado com a vida e a obra deste importante poeta do neo-realismo, há uma grande abundância de fontes disponíveis com dados relevantes. De algumas se dará conta a seguir, com o devido reconhecimento aos autores e aos lugares.

A sua ligação ao Ateneu de Coimbra, como um dos muitos intelectuais que o frequentaram e aí dinamizaram atividade que enriqueceu a intervenção desta coletividade na vida da cidade, bastaria para justificar uma menção nesta data. Porém, Joaquim Namorado é uma referência pela sua obra poética e por uma vida de entrega à luta pela liberdade e pela democracia, não só pela arte mas pelo compromisso ativo de envolvimento pessoal contra a ditadura.

Com um atrevimento agradecido ao Museu do Neo-Realismo, aqui se transcreve a nota biográfica que o sítio web deste Museu disponibiliza sobre o poeta:

“O poeta Joaquim Namorado nasceu em Alter do Chão a 30 de junho de 1914.
Licenciado em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicou-se por várias décadas ao ensino, tendo sido professor do ensino particular e explicador, quando os colégios onde ensinava foram obrigados a rescindir contrato, por ser opositor ao regime. Ingressará no ensino público – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra –, como professor, apenas após o 25 de Abril de 1974, onde permanecerá até à sua aposentação.
Inicia a militância política organizada no Partido Comunista Português em 1935, envolvendo-se em todas as manifestações contra o regime, entre a legalidade e a clandestinidade. A sua atividade passa a ser vigiada, é perseguido e preso nos cárceres do fascismo em 1938, 1939 e 1962.
Figura pioneira do neorrealismo português, é de destacar a sua colaboração na revista Manifesto, onde teve a sua estreia poética, nos Cadernos da Juventude, onde marca presença poética sob o pseudónimo Álvaro Bandeira, nas revistas Altitude, Seara Nova e Vértice, de que é um dos reformadores em 1945, pertencendo à sua redação até 1981. Também nos jornais Sol Nascente e O Diabo, onde publica o artigo “Do neo-realismo: Armando Fontes” (1938), por muitos considerado a origem da designação dessa nova corrente literária.
Participou também na coleção de poesia Novo Cancioneiro, onde publicou Aviso à Navegação, sua primeira obra poética (1941). Deixou-nos ainda os livros de poesia Incomodidade (1945), A Poesia Necessária (1966) e Zoo (1984).
Embora nunca tenha exposto, Joaquim Namorado também fez incursões no universo das artes plásticas, sobretudo no desenho e na pintura.
Faleceu em Coimbra, a 29 de dezembro de 1986.”

Para descobrir mais sobre Joaquim Namorado:

Museu do Neo-Realismo

Vídeo sobre a Exposição no Museu do Neo-Realismo por ocasião do centenário do nascimento do poeta

Entrevista por Luís Filipe Costa para a RTP

Wikipédia

Antifascistas da Resistência

“Amarram-se os pulsos
com algemas
mas ninguém te amarra
pensamento.”
(do poema “Liberdade”)

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