O que se foi passando

“Memórias do Convento de Santa Clara-a-Velha” – 25 janeiro 2025
‘Uma História Trágico-Telúrica’. Miguel Torga e a Guerra Civil de Espanha – 17 de janeiro de 2025
Eça: “o mais contemporâneo dos contemporâneos”, 25 de novembro de 2024
Universidade Popular: “como preparar o futuro?” – 13 de novembro de 2024
O novembro que Abril não merecia – 12 de junho de 2024
48 – o documentário – 17 de maio de 2024
Quando Portugal Ardeu – 22 de Abril de 2024

“Memórias do Convento de Santa Clara-a-Velha” – 25 janeiro 2025

O Auditório do Convento de Santa Clara-a-Velha foi pequeno para acolher todas as pessoas que pretenderam assistir à conferência “Memórias do Convento de Santa Clara-a-Velha” que o Professor Jorge de Alarcão proferiu no dia 25 janeiro 2025.
Esta conferência, promovida pela Universidade Popular de Coimbra / Ateneu de Coimbra, insere-se na programação de 2025 da UPopular, cujos cursos começarão em breve.
O Professor Jorge de Alarcão conduziu a assistência numa viagem pela história do Convento, começando no século catorze, desde os primórdios da criação da casa de Clarissas por Dona Mor Dias, até à efetiva construção do Convento por iniciativa da rainha D. Isabel. Acompanhou a peregrinação da rainha a Santiago de Compostela, detendo-se em pormenores curiosos desta viagem e prosseguiu até ao século dezassete, quando o edifício foi abandonado pelas freiras por ser impraticável o convívio com as águas do rio Mondego. Neste caminho foram registadas muitas outras referências, designadamente as curiosas características dos cortejos religiosos, ou a forma original como as freiras manifestaram a sua alegria quando souberam da canonização da rainha padroeira D. Isabel.
Ficou ainda uma referência a uma hipótese de provável revisão das localizações relativas dos edifícios do paço da rainha e do hospício, tendo o Professor Jorge de Alarcão lançado dúvidas sobre o que tem sido aceite até agora como certo. Sugeriu a realização de uma prospeção com recurso a GPR (radar de penetração no solo) para tentar resolver as dúvidas atuais.
Uma sessão rica de conhecimento, história e bom humor que mereceu um prologado aplauso da assistência.
Estiveram na mesa, além do conferencista, a Doutora Ana Catarina Sousa, Vice-Presidente do Património Cultural, I.P., que usou da palavra, e a Doutora Raquel Vilaça, pela Universidade Popular de Coimbra /Ateneu de Coimbra, que moderou.
No final da sessão, por cortesia da Dr.ª Maria do Céu Santos, Coordenadora do monumento, um grupo de pessoas da assistência interessadas puderam fazer uma visita guiada.

No dia 17 de janeiro de 2025, a Sala Sá de Miranda na Casa Municipal da Cultura encheu-se para uma conferência proferida pelo Doutor Sérgio Neto. Passaram neste dia trinta anos sobre o falecimento de Miguel Torga. Esta conferência enquadrou-se numa iniciativa conjunta com a Casa-Museu Miguel Torga, que começou com a inauguração de uma exposição alusiva a esta efeméride, organizada pela Casa-Museu, sob o lema “Não há pensamento onde não há liberdade”.

A conferência, intitulada “‘Uma História Trágico-Telúrica’. Miguel Torga e a Guerra Civil de Espanha”, deteve-se na época daquele conflito para contextualizar a influência que ele teve na produção literária de Torga, identificável em várias obras suas. Foram estabelecidos contrastes com outra produção de autores estrangeiros sobre a guerra civil de Espanha, em grande parte marcada por visões estereotipadas e redutoras ou parciais, e realçado o facto de não se encontrarem outros autores portugueses que lhe tenham dedicado uma atenção equivalente à que Torga lhe dedicou.

A sessão de perguntas, comentários e respostas ajudou a complementar a visão multifacetada e detalhada que o conferencista proporcionou a um grande auditório muito interessado.

Eça: “o mais contemporâneo dos contemporâneos

A data de 25 de novembro foi celebrada a propósito do nascimento de Eça de Queirós, com uma conferência proferida pela Doutora Ana Teresa Peixinho na Sala Sá de Miranda da Casa Municipal da Cultura de Coimbra.

A conferencista, uma especialista da obra queirosiana, desenhou um retrato multifacetado de Eça de Queirós, percorrendo a cronologia da vida do escritor de forma modulada pelas obras, pela atividade profissional, pelas viagens, focando-se em alguns traços característicos da obra. Exemplos magistrais da sátira queirosiana à sociedade e aos políticos do seu tempo serviram para um exercício de exploração de paralelismos com a atualidade da sociedade portuguesa, sempre com a distanciação que a diferença de épocas impõe, mas realçando muitos aspetos de intemporalidade ou, se se preferir, de contemporaneidade de muitos traços caricaturais da sátira cultivada pelo escritor. A sala, totalmente ocupada por público, reagiu com o habitual e virtuoso conjunto de comentários e interrogações que permitiram um diálogo rico com a conferencista.

𝗨𝗻𝗶𝘃𝗲𝗿𝘀𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗣𝗼𝗽𝘂𝗹𝗮𝗿: “𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗽𝗿𝗲𝗽𝗮𝗿𝗮𝗿 𝗼 𝗳𝘂𝘁𝘂𝗿𝗼?”

A aula inaugural da temporada 2024/2025 da Universidade Popular de Coimbra decorreu no dia 13 de novembro de 2024, na Sala Sá de Miranda, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.

Tratou-se de uma conferência proferida pelo Doutor António Pedro Pita, evocando a Universidade Popular Portuguesa e os seus protagonistas. Com uma contextualização histórica da sociedade portuguesa de então, e com referências também a experiências anteriores, designadamente a Universidade Livre, de Lisboa, e a Universidade Popular, do Porto, a assistência beneficiou de uma detalhada caracterização dos pressupostos, das orientações e dos objetivos da Universidade Popular Portuguesa, com um relevo especial para o papel desempenhado por Bento de Jesus Caraça. Ficaram no ar implícitas pontes para a realidade atual em que a Universidade Popular de Coimbra ambiciona intervir. Algumas intervenções de membros da assistência deram uma contribuição viva para concretizar uma das ambições desta Universidade, a de cultivar o debate, o contraditório e a convocação de múltiplas perspetivas sobre a realidade.

O novembro que Abril não merecia

Decorreu no dia 12 de junho de 2024 a terceira tertúlia organizada pela Universidade Popular de Coimbra, em parceria entre o Ateneu de Coimbra e a Casa-Museu Miguel Torga.

À volta do livro de António Avelãs Nunes, “O novembro que Abril não merecia”, teve, além da presença do Autor, a dinamização do debate por Inês Carvalho, investigadora.

A sessão foi muito participada, tendo sido enriquecida também com referências e discussão sobre elementos novos que o Autor introduziu na recentemente disponibilizada segunda edição da obra. Os dados agora mais conhecidos sobre a preparação, a natureza e os objetivos do golpe de 25 de novembro de 1975, iluminam aspetos que têm sido ocultados pela historiografia dominante. A tertúlia foi, por isso, não apenas um momento de reflexão sobre uma obra de literatura histórica, mas também uma ocasião para o esclarecimento da memória coletiva sobre a história recente da democracia portuguesa e dos seus protagonistas.

48 – o documentário

Teve lugar no dia 17 de maio de 2024 uma tertúlia organizada pela Universidade Popular de Coimbra, do Ateneu de Coimbra, em colaboração com a Casa-Museu Miguel Torga.

A tertúlia decorreu à volta do filme/documentário intitulado “48”, com a presença da realizadora, Susana Sousa Dias. A dinamização da conversa esteve a cargo de Sérgio Dias Branco, Professor na área do cinema na Faculdade de Letras da UC.

Susana Dias dialogou com um auditório interessado, onde se incluíam mesmo pessoas que, não tendo visto o filme, manifestaram no final a intenção de o visionarem, deixando a sugestão da organização de uma sessão para o efeito. Da conversa, muito participada, ficou a impressão da importância de manter viva a memória trágica do fascismo em Portugal.

A iniciativa decorreu na Sala 17 de Abril, com o apoio do Departamento de Matemática da FCTUC.

Quando Portugal Ardeu

No dia 22 de abril de 2024 teve lugar uma Tertúlia em torno do livro de Miguel Carvalho, “Quando Portugal Ardeu”. A sessão foi promovida pelo Ateneu de Coimbra, através da sua Secção, Universidade Popular de Coimbra, em associação com a Casa-Museu Miguel Torga.

A Sala Sá de Miranda, da Casa Municipal da Cultura, foi pequena para acolher as cerca de noventa pessoas que participaram com elevado interesse.

A conversa incidiu na investigação jornalística em que a obra se baseia, revelando os meandros da rede bombista que assolou o país durante e após o PREC, com atentados conduzidos pela extrema-direita, identificando mentores, operacionais, cumplicidades políticas e obstáculos às investigações criminais, fazendo pontes para a atualidade.

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